“Sem duvida que a tarde de ontem foi estranha, ou simplesmente diferente. Para não variar a Isa estava atrasada e lá fiquei eu na esplanada d’O Orfeu, a reclamar com os meus botões. E foi aí que tudo mudou. Ele apareceu sei lá eu de onde. Ao início fiquei de pé atrás, com a conversa de um estranho, uma historia mirabolante de uma viagem sei lá eu de onde… Mas depois os olhos, aquele olhar que cativa, que não esconde nada, quase que lhe tocava na alma só pelo olhar sincero e triste… E acabámos a conversar durante algum tempo… Mas não chegou… Claro que não lhe neguei ajuda, não queria nem poderia fazê-lo. Demos um passeio curto pela cidade mas não poderíamos ficar por ali. E então convidei-o para o dia seguinte… e ele aceitou! Despedimo-nos na entrada do hotel e regressei a casa. Mal jantei, mal dormi. Aquele olhar não me saía da mente. Levantei-me cedo e arranjei-me mais depressa que o habitual. Ainda estive no café a fazer tempo, mas não aguentei mais. Fui até à recepção do hotel e perguntei em que quarto estava ele. Subi e decidi fazer-lhe uma surpresa. Ainda estive um bom tempo à porta, sem saber se deveria bater ou não, mas a vontade falou mais alto. Três pancadas chegaram para perceber que alguém vinha abrir a porta… E foi então que ele surgiu, só de toalha e ainda todo molhado…”
Acordar sem o barulho ensurdecedor do despertador era algo que não me acontecia há muito tempo. Levantei-me e fui até à janela. Dei por mim a sorrir logo pela manhã, algo extremamente invulgar. Dirigi-me para o banho, com a calma característica de quem não tem nada para fazer, e aí fiquei, perdido no tempo, até ser chamado de volta para a realidade com três pancadas tímidas na porta do quarto. Enrolei uma toalha à volta da cintura e abri a porta. Era ele. Tinha cumprido o prometido e vinha-me buscar para o nosso passeio pela cidade.
“- Bom dia! Se calhar vim cedo demais…
- Olá bom dia! Não estava à espera de e ver tão cedo…
- Se quiseres espero por ti lá em baixo…
- Não, entra! Eu adormeci e ainda estava a tomar banho. Espera só um pouco que é só o tempo de me arranjar! Senta-te aí!”
Ele entrou e sentou-se na cama enquanto eu fechava a porta. Estava visivelmente envergonhado por toda esta situação, mas eu confesso que achei alguma piada. Dirigi-me à minha mochila que estava no chão e baixei-me para retirar a roupa.
“- Então dormiste bem?
- Como não dormia à anos…
- Sério? A cama é assim tão confortável?
- Bem não se compara à minha cama… Mas anda assim não me posso queixar…”
E foi quando me levantei com a roupa na mão que tudo mudou. A toalha cai e fiquei completamente nu e vulnerável em frente daquele rapaz. Foi a minha vez de fikar envergonhado…
“- Desculpa…”
Tentei apanhar a toalha do chão, mas quando olhei já o pé dele estava em cima dela.
“- Deixa estar… Eu até gosto do que vejo…”
Seria aquilo um piropo? Um elogio? Ele estava a atirar-se a mim? Ou apenas a ser simpático e brincar um pouco com a situação? A minha mente começou a trabalhar mais depressa do que eu conseguia acompanhar… O que é que se estava a passar? E quando dei por mim já os meus lábios tinham encontrado os dele! Senti as suas mãos a percorrer cada centímetro do meu corpo. Foi demasiado estranho! Eu queria parar… Eu não queria parar… Os primeiros beijos foram tímidos, como quem não sabe o que está a fazer…. Mas depois as nossas línguas encontraram-se. O momento estava a tomar conta de nós. Larguei as roupas e puxei-o para a cama. Ele veio e explorou cada recanto do meu corpo com as mãos e a língua. Tirei-lhe a roupa com o cuidado e carinho que o momento podia e fizemos amor, trocámos carinhos, foi um daqueles momentos em que dois se tornam um…
Não sei o que pensar do que tinha acabado de acontecer. Há hora do jantar, ele despediu-se de mim e eu dele com a ternura e a saudade de quem sabe que não nos voltaríamos a ver. Mal ele se foi embora arrumei as minhas coisas e parti. No comboio em direcção ao porto chorei, não só de saudade e tristeza, mas também com o coração e a mente repletos de novos sentimentos. E agora? Devia ter-lhe dito algo? Devia ter guardado algum contacto?
Perdoa-me…
Acordar sem o barulho ensurdecedor do despertador era algo que não me acontecia há muito tempo. Levantei-me e fui até à janela. Dei por mim a sorrir logo pela manhã, algo extremamente invulgar. Dirigi-me para o banho, com a calma característica de quem não tem nada para fazer, e aí fiquei, perdido no tempo, até ser chamado de volta para a realidade com três pancadas tímidas na porta do quarto. Enrolei uma toalha à volta da cintura e abri a porta. Era ele. Tinha cumprido o prometido e vinha-me buscar para o nosso passeio pela cidade.
“- Bom dia! Se calhar vim cedo demais…
- Olá bom dia! Não estava à espera de e ver tão cedo…
- Se quiseres espero por ti lá em baixo…
- Não, entra! Eu adormeci e ainda estava a tomar banho. Espera só um pouco que é só o tempo de me arranjar! Senta-te aí!”
Ele entrou e sentou-se na cama enquanto eu fechava a porta. Estava visivelmente envergonhado por toda esta situação, mas eu confesso que achei alguma piada. Dirigi-me à minha mochila que estava no chão e baixei-me para retirar a roupa.
“- Então dormiste bem?
- Como não dormia à anos…
- Sério? A cama é assim tão confortável?
- Bem não se compara à minha cama… Mas anda assim não me posso queixar…”
E foi quando me levantei com a roupa na mão que tudo mudou. A toalha cai e fiquei completamente nu e vulnerável em frente daquele rapaz. Foi a minha vez de fikar envergonhado…
“- Desculpa…”
Tentei apanhar a toalha do chão, mas quando olhei já o pé dele estava em cima dela.
“- Deixa estar… Eu até gosto do que vejo…”
Seria aquilo um piropo? Um elogio? Ele estava a atirar-se a mim? Ou apenas a ser simpático e brincar um pouco com a situação? A minha mente começou a trabalhar mais depressa do que eu conseguia acompanhar… O que é que se estava a passar? E quando dei por mim já os meus lábios tinham encontrado os dele! Senti as suas mãos a percorrer cada centímetro do meu corpo. Foi demasiado estranho! Eu queria parar… Eu não queria parar… Os primeiros beijos foram tímidos, como quem não sabe o que está a fazer…. Mas depois as nossas línguas encontraram-se. O momento estava a tomar conta de nós. Larguei as roupas e puxei-o para a cama. Ele veio e explorou cada recanto do meu corpo com as mãos e a língua. Tirei-lhe a roupa com o cuidado e carinho que o momento podia e fizemos amor, trocámos carinhos, foi um daqueles momentos em que dois se tornam um…
Não sei o que pensar do que tinha acabado de acontecer. Há hora do jantar, ele despediu-se de mim e eu dele com a ternura e a saudade de quem sabe que não nos voltaríamos a ver. Mal ele se foi embora arrumei as minhas coisas e parti. No comboio em direcção ao porto chorei, não só de saudade e tristeza, mas também com o coração e a mente repletos de novos sentimentos. E agora? Devia ter-lhe dito algo? Devia ter guardado algum contacto?
Perdoa-me…