02 January 2007

Sem Rumo I - Diário da Solidão

Está frio... Acordei e olhei para o relogio... Ainda é cedo, muito cedo. Lá fora a lua ainda me ilumina através da janela. Viro-me para o lado e penso como será o meu dia hoje... Espero pacientemente que o despertador me chame de volta para a realidade. Assim que ele toca dou um pulo da cama e rumo até á casa de banho em passo de corrida (afinal com este frio o melhor é apressar me em tudo). Antes de entrar para o banho olho para o espelho e sorrio: "Que surpresas me trará o dia de hoje?"

Passeio pela rua... Não se vê ninguém. Mas a esta hora é natural. Quem me manda ter um emprego onde tenho que ir trabalhar quase de madrugada? As montras chamam por mim... Devia comprar algo para mim hoje... Logo à tarde penso nisso.

Entro no café de sempre para tomaro pequeno almoço! Já todos me conhecem lá, sou "quase da casa", como o Sr. Jorge custuma dizer enquanto me serve a bica e uma sandes mista. E hoje não foi excepção... Ele falou e falou, qualquer coisa da bola entre outras banalidades. O meu sorriso e alegria matinal foram dando lugar a indiferença... Afinal não era nada daquilo que eu queria ouvir hoje. Paguei e saí à pressa com a desculpa que estava a ficar atrasado.

Pensei que as coisas poderiam melhorar quando chegasse à fábrica, mas não... Os habituais bons dias, as conversas banais.... Eu fingia me atento mas no fundo nem sequer estava com atenção ao que diziam. Ia sorrindo e abanando a cabeça para que pensassem que também eu participava na conversa.

A manhã passou com as tarefas habituais e rotineiras. Durante a hora de almoço decidi ir experimentar o café novo, aquele de esquina. Acabei a almoçar sozinho e sem que o meu telemovel desse sinais de vida.

Durante a tarde foi mais do mesmo. Mais rotinas, mais conversas de circunstancia, mais trabalho, em suma, um dia igual a tantos outros.

Despedi-me de todos com a moral cada vez mais em baixo e fui para casa. Abri o correio e ... Nada. As contas do custume, o folheto da Telepizza...

Sentei-me no sofá, triste. Ainda esperei por algum convite para jantar mas o telemovel permaneceu morto....

Antes de me ir deitar fui até à casa de banho lavar os dentes. Olhei-me novamente ao espelho e enquanto as lagrimas me desciam pela face cantei:
"Parabéns a você!
Nesta data querida..."

5 comments:

Anonymous said...

Eh pah tadinho do senhor. Passar assim o dia do aniversário. A culpa é do escritor, que é cruel! Mete as personagens a sofrer,lol. Elas morrem, são assaltadas, tomam o pequeno-almoço no café da esquina, do Sr. Jorge (é do piorio,lol).
Mas sim, gostei, gosto da escrita, apesar de...bem, já sabes! :P

Ragof said...

Bem escrito mas triste como eu ja tinha dito antes... Já tive varios aniversarios assim, por isso não gosto muito lol.
Mas continue assim ;)

Danone said...

lindo..mas triste...é a rotina de uma dia a dia q por ser um dia especial esperamos q seja qebrada com uma simples palavra..Parabéns

abraços e força

AFSC said...

Sim senhor, gostei deste ínicio, embora tenha uma "pitada" de tristeza, continua a escrever, parabéns pelo blog!

Bruno, o magnotico said...

Serei lamechas se disser que me comoveu mesmo!?

Potente!

E ainda não li os mais recentes! :)